ARTEDUCA 2011
|
|
UnB/IdA/Grupo Arteduca
|
|
Módulo
|
Módulo 7 – Unidade 2
|
Turma
|
Turma 02
|
Aluno (s)
|
E2 - Ândrea,
Carlos, Thaise
|
Tutores
|
Biancho e Kátia
|
Atividade
|
Atividade 2 – A LDB e o ensino de
arte
|
REFLEXÕES
Para responder à questão proposta para esse exercício, a equipe desenvolveu um percurso que neste texto, aparece sintetizado da seguinte maneira: primeiramente, apontamentos acerca dos debates sobre a LDB, seguidos de comentários sobre o trabalho de Ana Mae e outros autores relacionados ao ensino de Arte, à ideologia e prática pedagógica – sempre permeados pelos posicionamentos pessoais levantados pelo confronto de ideias.
Apesar das várias
questões envolvidas no processo de elaboração e no texto final da lei a 9394/96
Anísio Teixeira considera-a como uma vitória, parcial, mas um avanço. No Artigo
36 da referida lei, o conhecimento de formas contemporâneas de linguagem merece
destaque, competência essa que envolve a aprendizagem das formas de arte,
especialmente no que se refere à leitura das obras. Em nossa reflexão sobre a
atuação pedagógica, destacamos a necessidade de um constante diálogo, para que
o professor seja capaz de realmente agir para que o ensino-aprendizagem se faça
como um processo transformador e que o aluno realmente aprenda. Por isso a
necessidade de uma prática docente que considere a inclusão e um trabalho
contínuo com disciplina.
Apontamos ainda a
necessidade de um trabalho de letramento, estruturação de situações
significativas de aprendizagem a partir da análise atenta da situação social e
psíquica do alunado e, analisando a ideologia que permeia a LDB, consideramos
que seja necessário ter uma
atuação "estratégica", aproveitando as brechas da lei, atuando de
maneira afetiva, amorosa, atenta, priorizando o aluno enquanto agente da
construção de seu conhecimento e, no caso do professor universitário, evidenciando
para os alunos as opções utilizadas na elaboração de um plano de disciplina
frente à letra da lei.
Após um pequeno
debate, concluímos que não há espaço para práticas individualistas, conforme o
indica FREIRE (1996: 25) in Albuquerque & Souki: “não há docência sem dicência...”,
pois “...quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Já
GERHARDT ET AL, nos apontam que “o aluno
e o professor desenvolvem juntos possibilidades de ver, ouvir, interpretar, e
julgar as qualidades dos objetos e das manifestações culturais e artísticas,
compreendendo, então, os elementos e as relações estabelecidas.”
Concordamos ainda com BARBOSA (1998: 46), para quem “a leitura é
interpretação, e as “[...] interpretações de uma obra podem ser tão diferentes
quantos forem os interpretantes”, o que ratifica nossa opção por não tratar os
alunos como uma massa única, desprovida de individualidades. Ainda segundo
Barbosa, “no Brasil, nosso maior problema é a
alfabetização, isto é, há a necessidade urgente de se enfatizar a leitura de
palavras, gestos, ações, imagens, prioridades, desejos, expectativas” e,
complementamos: das obras de arte. Sendo assim, devemos incorporar a nossa
prática um trabalho de letramento, que para COSSON (2007: 11), significa
a “apropriação da escrita e
das práticas sociais que estão a ela relacionadas”. A adaptação de tal
proposição pode ser feita às práticas artísticas sem maiores sacrifícios.
Discutimos os aspectos
ideológicos neoliberalistas que permeiam a Lei de Diretrizes e Bases. Consideramos
também, em nossas discussões, a afirmação de Severino (2002), que revelando-nos
que “uma das grandes utopias do projeto da modernidade (é) a possibilidade de
se constituir uma sociedade, cuja relações internas sejam regidas pela lei e
não pelo poder de vontades arbitrárias de alguns homens ou mesmo de alguma
entidade sobre-humana”. Complementamos novamente com GERHARDT ET AL: “o aluno e
o professor desenvolvem juntas possibilidades de ver, ouvir, interpretar, e
julgar as qualidades dos objetos e das manifestações culturais e artísticas,
compreendendo, então, os elementos e as relações estabelecidas”.
Por fim,
acreditamos que Pistrak (apud,
SANTANA & CASTANHA, 2006: 81), define bem quais as nossas opções para
responder à pergunta “Diante da realidade em que vocês se encontram, como
vocês poderiam tentar contribuir para que os pressupostos da LDB representassem
um diferencial positivo para suas escolas”: Diz o pesquisador: “quem deve
construir a nova escola são os educadores, junto com os educandos e suas
comunidades.”
Despedimo-nos com
alguns fragmentos que consideramos essenciais em nosso debate:
Ândrea: (...) “para termos situações significativas de
aprendizagem professor deve abandonar práticas individualistas”. No texto que
estamos discutindo no 1º parágrafo da pagina 39, a autora refere-se a
dificuldade que as escolas encontram em implementar a interdisciplinaridade.
“Não há como trabalhar com a pedagogia de projetos e com a
interdisciplinaridade seguindo os parâmetros de um paradigma que se pretende
superar”. Em minha curta experiência profissional como professora de Artes
Visuais, vivi esta realidade e acredite, NÃO É POSSÍVEL.
Carlos:
“Ressalto que a minha contribuição para que os pressupostos da LDB representem
diferencial positivo na escola em que atuo, inicia-se pelo ato de conhecê-los, assim
como a ideologia e tendências que os influenciaram, compreendendo que eles
representam um avanço(...) Faz-se necessária a busca pelo diálogo com as outras
disciplinas, encontrar novos meios de mediação pedagógica, tudo coletivamente.”
Thaíse:
“Posso
dizer que opto pelas "micropolíticas": atuação radical, porém dentro
do campo que já me é previsto. Como a água que vai entrando pelo cano, seguindo
seu curso normal, e a certa altura faz um furinho no encanamento e vai ‘escapulindo’
por ali, se infiltrando, sem que ninguém perceba, sem causar grandes comoções,
mas abalando a cada dia mais um pouquinho as fundações do prédio.”
Trilhas:
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática.
São Paulo: Contexto, 2007. FERRETTI, Celso João. A pedagogia das competências:
autonomia ou adaptação? Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 81, Dec. 2002 .
Disponível em
.
Acesso em 26/09/ 2011.
LÜCK, Heloísa. A gestão
participativa na escola. 2. ed. Vozes: Petrópolis, 2006. SANTANA, Eliseu. CASTANHA, André Paulo. Escola do trabalho uma pedagogia
social: uma leitura de M. M. Pistrak. Revista
Educere et Educare, vol 1. Santa Catarina. 2006. Disponível em: http://erevista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/download/1008/860.
Acesso em 26/10/09.