quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O ADOECIMENTO DO PROFESSOR


EDUCAÇÃO, DEMOCRACIA E GESTÃO ESCOLAR- 2009
UNITINS/SINPRO-DF MÓDULO:GESTÃO ESCOLAR E SAÚDE DO TRABALHADOR PROFESSOR:NOECI C. MESSIAS
ALUNO :CARLOS FERNANDES CAVLACANTE

Segundo Messias (2009:40), “nos últimos dez anos tem crescido os estudos sobre o trabalho docente [...] Dentro desse contexto de reflexões alguns assuntos são abordados, tais como: a qualidade de vida no trabalho, a Síndrome do Esgotamento Profissional, o mal-estar docente, e o estresse profissional.” Apesar dos estudos, o adoecimento do professor, durante anos foi equivocadamente marginalizado pelas autoridades ou desconsiderado pelos programas educacionais. Deve-se ressaltar que as autoridades muitas vezes, por desconhecimento ou falta de atenção trataram dessas questões como doenças do trabalhador e não de uma classe. Então, pode-se dizer que a doenças se mostram e devem ser tratadas como problemas que atingem um dos sujeitos do sistema educacional é preciso não somente tratá-las, mas também desenvolver uma política de prevenção. É necessário que todos lancem um novo olhar e ajudem a (re) pensar soluções para esse problema.
Após as considerações iniciais, vamos análise do texto de Santos e Lima Filho, intitulado “MUDANÇAS NO TRABALHO E O ADOECER PSÍQUICO NA EDUCAÇÃO”.Inicialmente , chama atenção a seguinte afirmação: “o professor é submetido a situações que afetam o seu trabalho, sendo que efeitos negativos do seu contato com o aluno, colegas, chefias ou atividades organizacionais ao enfrentar-se cotidianamente com as demandas e a necessidade de recursos de toda ordem para a realização de seu trabalho, podem imprimir no docente um visível desgaste físico e psíquico. Esse processo continuado acaba por levar o professor à situação de Burnout.” (p.3) Os autores nos mostram uma das causas que tem levado os profissionais de educação ao adoecimento e conhecê-las pode significar o caminho para compreensão da realidade vivida por muitos profissionais, que são mal interpretados, maltratados e até estigmatizados por colegas, chefias etc.
O problema entretanto é muito mais grave, precisa-se despertar que “a Síndrome de Burnout apresenta-se atualmente como um problema psicossocial que afeta profissionais chamados “doadores de cuidado”, como enfermeiros e professores e tem chamado atenção não apenas da comunidade científica, como também de entidades governamentais, educacionais e sindicais no Brasil, devido às conseqüências individuais e organizacionais que interferem nas relações interpessoais do educador. (p.3)
Assim, a doença leva o profissional “a perda de auto-estima e desprezo por sua profissão, situações de ansiedade, insegurança, sensação de risco, ilegibilidade das necessidades e ações desenvolvidas no trabalho, levando ao absenteísmo e, no limite, ao abandono do seu ofício.” (p.3) e muito mais, “o trabalhador que sofre desse mal assume uma posição de frieza em relação aos clientes, não se envolvendo com seus problemas e dificuldades, o que é preocupante quando se trata da relação professor-aluno; as relações interpessoais são cortadas ou tornam-se desprovidas de calor humano e o profissional apresenta maior irritabilidade”.(19) O que pode um professor doente? Nada, deve receber o acompanhamento médico necessário e algo mais que isso, além de terapias e medicação, é importante que ele (re) encontre um ambiente saudável e se sinta novamente valorizado. “Torna-se imprescindível também a criação de ambiente que possibilite o distanciamento do “estresse é gerado muitas vezes pela insegurança social e profissional”.” (p.6) Tal insegurança criada a partir das “ condições sociais e históricas adversas: o pleno desempenho de seu trabalho criador da produção, transmissão e apropriação de saberes práticos é aprisionado - ainda que parcialmente [...].”(p.15)
É preciso contextualizar, estabelecer uma ligação entre o texto e realidade vivenciados por nós. Uma parcela expressiva de nossa categoria está doente, basta observar os números de atestados e afastamentos, de acordo com o SINPRO – DF “os professores disseram que se sentem isolados, sem apoio ou comunicação. Para eles, falta reconhecimento, confiança e cooperação entre os colegas. Os resultados dessa situação são previsíveis: 37% dos professores disseram ter depressão, e 14%, síndrome do pânico, além de exaustão emocional, cansaço e baixa auto-estima. Fisicamente, os distúrbios mais comuns são laringite e nódulos nas cordas vocais - claramente doenças relacionadas ao trabalho”. Compreende-se então que o adoecimento vai muito além da Síndrome de Burnout.
Daí ,a necessidade do trabalho de prevenção para evitar o agravamento da situação. Diante de tal situação, surge outro questionamento: como oferecer uma educação cidadão e transformadora com tal situação?A resposta com certeza passa pela necessidade de se resgatar a qualidade de vida desses professores. Função do Estado e todos nós. Precisamos buscar e lutar por alternativas para que isso seja possível. Dentre elas, a reestruturação do atual modelo de gestão de nossas escolas, precisamos de gestores sensíveis e capazes de compreender o nosso valor.A solução portanto também está na mão de toda a sociedade, pois "saúde e doença não são termos isolados, pois se associam ao contexto cultural e sócio-econômico".(p.24)
Tais colocações demonstram que muitas das soluções são simples, estão ao nosso alcance, basta que tenhamos sensibilidade. Entretanto, o papel do Estado continua sendo fundamental, é dele que deve sair as ações que viabilizem a reversão do quadro atual, ressaltando que"saúde e doença não são termos isolados, pois se associam ao contexto cultural e sócio-econômico".(p.24) Deve-se repensar também o modelo de sociedade que ajudamos a construir,para tanto se torna imperativo sonhar alto, lutar por utopias, para que outras possam ser desejadas .
Referências Bibliográficas
MESSIAS, Noeci Carvalho.GESTÃO ESCOLAR E SAÚDE DO TRABALHADOR. Módulo.2009. TOCANTINS. Disponível em: http://ava2.unitins.br/ava/.
SANTOS, Flavia Luiza Nogueira e LIMA FILHO, Domingos Leite. MUDANÇAS NO TRABALHO E O ADOECER PSÍQUICO NA EDUCAÇÃO.Artigo. Disponível em:http://www2.unitins.br/bibliotecamidia/Files/Documento/BM_633921545685793750unidade__3______mudancas_no_trabalo_e_o_adoecer_psiquico_na_educacao.pdf.] _____Notas-http://e-educador.com/index.php/notas-mainmenu-98/3267-sante?format=pdf

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MANHÃ

Acordou triste, sem vontade,
levantou-se e foi ao banheiro.
Olhou-se no espelho, estava horrível.
Respirou fundo, abriu a torneira,
sentiu uma enorme vontade de chorar.
Era um tonto, quanta besteira, tudo por ciúmes.
Agora era tarde, não havia lugar para desculpas.
Outro era dia, outra era manhã e triste seria a sua vida.