quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A LDB E O ENSINO DA ARTE


ARTEDUCA 2011
UnB/IdA/Grupo Arteduca
Módulo
Módulo 7 – Unidade 2
Turma
Turma 02
Aluno (s)
E2 - Ândrea, Carlos, Thaise
Tutores
Biancho e Kátia
Atividade
Atividade 2 – A LDB e o ensino de arte




                                  REFLEXÕES


Para responder à questão proposta para esse exercício, a equipe desenvolveu um percurso que neste texto, aparece sintetizado da seguinte maneira: primeiramente, apontamentos acerca dos debates sobre a LDB, seguidos de comentários sobre o trabalho de Ana Mae e outros autores relacionados ao ensino de Arte, à ideologia e prática pedagógica – sempre permeados pelos posicionamentos pessoais levantados pelo confronto de ideias.
Apesar das várias questões envolvidas no processo de elaboração e no texto final da lei a 9394/96 Anísio Teixeira considera-a como uma vitória, parcial, mas um avanço. No Artigo 36 da referida lei, o conhecimento de formas contemporâneas de linguagem merece destaque, competência essa que envolve a aprendizagem das formas de arte, especialmente no que se refere à leitura das obras. Em nossa reflexão sobre a atuação pedagógica, destacamos a necessidade de um constante diálogo, para que o professor seja capaz de realmente agir para que o ensino-aprendizagem se faça como um processo transformador e que o aluno realmente aprenda. Por isso a necessidade de uma prática docente que considere a inclusão e um trabalho contínuo com disciplina.
Apontamos ainda a necessidade de um trabalho de letramento, estruturação de situações significativas de aprendizagem a partir da análise atenta da situação social e psíquica do alunado e, analisando a ideologia que permeia a LDB, consideramos que seja necessário ter uma atuação "estratégica", aproveitando as brechas da lei, atuando de maneira afetiva, amorosa, atenta, priorizando o aluno enquanto agente da construção de seu conhecimento e, no caso do professor universitário, evidenciando para os alunos as opções utilizadas na elaboração de um plano de disciplina frente à letra da lei.
Após um pequeno debate, concluímos que não há espaço para práticas individualistas, conforme o indica FREIRE (1996: 25) in Albuquerque & Souki: “não há docência sem dicência...”, pois “...quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Já GERHARDT ET AL, nos apontam que  “o aluno e o professor desenvolvem juntos possibilidades de ver, ouvir, interpretar, e julgar as qualidades dos objetos e das manifestações culturais e artísticas, compreendendo, então, os elementos e as relações estabelecidas.”
Concordamos ainda com BARBOSA (1998: 46), para quem “a leitura é interpretação, e as “[...] interpretações de uma obra po­dem ser tão diferentes quantos forem os interpretantes”, o que ratifica nossa opção por não tratar os alunos como uma massa única, desprovida de individualidades. Ainda segundo Barbosa,no Brasil, nosso maior problema é a alfabetização, isto é, há a necessidade urgente de se enfatizar a leitura de palavras, gestos, ações, imagens, prioridades, desejos, expectativas” e, complementamos: das obras de arte. Sendo assim, devemos incorporar a nossa prática um trabalho de letramento, que para COSSON (2007: 11), significa a “apropriação da escrita e das práticas sociais que estão a ela relacionadas”. A adaptação de tal proposição pode ser feita às práticas artísticas sem maiores sacrifícios.
 Discutimos os aspectos ideológicos neoliberalistas que permeiam a Lei de Diretrizes e Bases. Consideramos também, em nossas discussões, a afirmação de Severino (2002), que revelando-nos que “uma das grandes utopias do projeto da modernidade (é) a possibilidade de se constituir uma sociedade, cuja relações internas sejam regidas pela lei e não pelo poder de vontades arbitrárias de alguns homens ou mesmo de alguma entidade sobre-humana”. Complementamos novamente com GERHARDT ET AL: “o aluno e o professor desenvolvem juntas possibilidades de ver, ouvir, interpretar, e julgar as qualidades dos objetos e das manifestações culturais e artísticas, compreendendo, então, os elementos e as relações estabelecidas”.
Por fim, acreditamos que Pistrak (apud, SANTANA & CASTANHA, 2006: 81), define bem quais as nossas opções para responder à pergunta “Diante da realidade em que vocês se encontram, como vocês poderiam tentar contribuir para que os pressupostos da LDB representassem um diferencial positivo para suas escolas”: Diz o pesquisador: “quem deve construir a nova escola são os educadores, junto com os educandos e suas comunidades.”
Despedimo-nos com alguns fragmentos que consideramos essenciais em nosso debate:
Ândrea: (...) “para termos situações significativas de aprendizagem professor deve abandonar práticas individualistas”. No texto que estamos discutindo no 1º parágrafo da pagina 39, a autora refere-se a dificuldade que as escolas encontram em implementar a interdisciplinaridade. “Não há como trabalhar com a pedagogia de projetos e com a interdisciplinaridade seguindo os parâmetros de um paradigma que se pretende superar”. Em minha curta experiência profissional como professora de Artes Visuais, vivi esta realidade e acredite, NÃO É POSSÍVEL.
Carlos: “Ressalto que a minha contribuição para que os pressupostos da LDB representem diferencial positivo na escola em que atuo, inicia-se pelo ato de conhecê-los, assim como a ideologia e tendências que os influenciaram, compreendendo que eles representam um avanço(...) Faz-se necessária a busca pelo diálogo com as outras disciplinas, encontrar novos meios de mediação pedagógica, tudo coletivamente.”
Thaíse: “Posso dizer que opto pelas "micropolíticas": atuação radical, porém dentro do campo que já me é previsto. Como a água que vai entrando pelo cano, seguindo seu curso normal, e a certa altura faz um furinho no encanamento e vai ‘escapulindo’ por ali, se infiltrando, sem que ninguém perceba, sem causar grandes comoções, mas abalando a cada dia mais um pouquinho as fundações do prédio.”
Trilhas:

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007. FERRETTI, Celso João. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 81, Dec. 2002 . Disponível em . Acesso em 26/09/ 2011.
LÜCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. 2. ed. Vozes: Petrópolis, 2006. SANTANA, Eliseu. CASTANHA, André Paulo. Escola do trabalho uma pedagogia social: uma leitura de M. M. Pistrak. Revista Educere et Educare, vol 1. Santa Catarina. 2006. Disponível em: http://erevista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/download/1008/860. Acesso em 26/10/09.

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