sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MODERNISMO E A SEMANA DE 22

Segundo Amaral (1998, p.13), “a semana de Arte Moderna de 22, realizada em São Paulo representa um marco na arte contemporânea do Brasil”. Para a autora, o evento pode ser considerado (p.15) “um registro sintomático da pulsação do organismo nacional, antecipando, por meio do pensamento, a insatisfação que tomaria forma política contra o tradicionalismo-aristocratismo poucos anos depois” e teve grande importância pelo seu caráter inovador, desconstrutor e demolidor dos padrões artísticos vigentes, embora em relações aos movimentos europeus, as propostas apresentadas no evento estivessem distante daquilo que se pode denominar de vanguarda, entretanto, os irmãos Oswald e Mario de Andrade souberam “ liderar um movimento de ação modernista. ”(p.16)
Em seu artigo CULTURA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL- Uma leitura sobre o Modernismo, Sonia Moraes mostra que " a produção modernista da década de 1920 distinguiu-se pela valorização das cores tropicais, da paleta alta, pela liberdade na representação [...].Na década seguinte, contudo, surgiram outros artistas, também interessados em divulgar sua arte, que representava um outro olhar sobre o nacional e sobre a modernidade. Foi o caso do Grupo Santa Helena [...].E conquanto a temática se aproximasse do modernismo de 1922, suas representações pareciam revelar um lado menos otimista em relação ao progresso e à modernidade.(p.03)
Amaral em sua obra revela que o modernismo brasileiro se caracterizava pelo internacionalismo, reflexo das viagens de alguns artistas para a Europa, onde convivem com as ideias futuristas, dadaístas, construtivistas, surrealistas e até o parisiense art déco e pelo nacionalismo, que buscava o (re) descobrimento da nossa terra, o desenvolvimento de um sentimento nativista que “visou assumir a nossa realidade física e, simultaneamente, as expressões culturais desprezadas pelas elites que se identificavam com a Europa.”(p.24)
Os principais artistas citados pela autora são: Lasar Segall, pintor expressionista , conviveu com Kandinsky. Rêgo Monteiro, que participou de uma exposição com artistas latino-americanos, dentre eles Rivera. Anita Malfatti, fauvista estudou em Berlin, é o grande alvo do discurso anti-modernista de Monteiro Lobato, que a marcaria para sempre. Di Cavalcanti, influenciado por Picasso, Braque e outros, que ajudam a definir sua obra.Ismael Nery, pintor surrealista. Tarsila do Amaral, que estudaria na Europa com Lhote, Lérger e influenciada também por Léger, de quem absorveria os valores cubistas e a síntese dos elementos das e valorização da cor. Brecheret, escultor, Villa-Lobos e Manoel Bandeira, Raul Bopp compõem primeira leva modernistas. Assim começa um dos mais importantes capítulos da construção de nossa identidade artística.
Referências
AMARAL, Aracy .Artes plásticas na Semana de 22.5ª revista ampliada. Ed. São Paulo .Ed.34,1998.Disponível em:http://books.google.com.br/books?id=LHuZVkUgsP8C&pg=PA2&lpg=PA2&dq=Aracy+Amaral.+Artes+pl%C3%A1sticas+na+semana+de+22&source=bl&ots=o1svgWtngT&sig=1JORdhHWJTj_t-FtO0_lPuZf8pY&hl=pt-BR&ei=KHNaTt3VN86itgf5xZWUDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CC8Q6AEwAg#v=onepage&q&f=false .Acessado em 27/08/2011.
CAMPELLO, Sheila. Módulo 6- Construção de uma identidade nacional. Brasília.UNB,2011. Disponível em: http://www.arteduca.unb.br/ava/file.php/173/6identidade_nacional.pdf em 26/08/2011.
MORAES, Sonia. Cultura brasileira e identidade nacional- uma leitura sobre o modernismo.Artigo.Disponível em: http://www.republicacenica.com.br/downloads/textos/textosonia.pdf .Acessado 26/08/2011.


2 comentários:

Sibele disse...

você acha que o movimento modernista foi importante para arte moderna.

Sibele disse...
Este comentário foi removido pelo autor.