segunda-feira, 1 de setembro de 2008



Curso de Especialização para Professores do Ensino Médio
do Governo do Distrito Federal



Reflexões
No portal do d MEC encontra-se todas as informações necessárias para a compreensão da política governamental para a Educação Básica e no nosso caso a ideologia e as propostas para o ensino médio, visualizam-se também alguns dados, mas não é fácil entender a distância existente entre o discurso e a prática, apesar de todos os estudos, discussões, fóruns estatísticas e investimentos, não se oferta aos nossos jovens uma educação básica de qualidade. É preciso sair da esfera governamental, partir para os estudos acadêmicos e olhar para a nossa prática e entendermos essa dicotomia. A avaliação propõe discorrer sobre os questionamentos apontados no texto, no entanto a resposta para já se sabe: Deve-se ofertar uma educação de qualidade e transformadora. O presente texto se propõe agora a explicitá-la.
Oferecer aos nossos jovens uma educação que vá além do operacional depende antes de tudo de uma política governamental voltada para o desenvolvimento não só de uma mão de obra qualificada, mas também que possibilite o exercício pleno da cidadania. De nada adianta treinar, instrumentalizar e qualificar sem antes desenvolver a capacidade de reflexão, compreensão e questionamento. Em “O Admirável Mundo Novo” [Aldous Huxley] temos a representação literária de uma sociedade criada pela força maquiavélica dos mais favorecidos que manipulam, criam uma nova divisão social e condicionam o pensamento humano. A referida obra é um reflexo da sociedade industrial idealizada por Henry Ford. Os autores do módulo II apontam os novos caminhos para a educação básica, portanto não se pode falar em Estado democrático, se não há cidadãos. O mundo evolui, mas importância da educação continua a mesma.
O texto universitário possibilita várias reflexões a partir do pensamento de Frigotto, explicitado na página 1, admitindo que o trabalho faça parte da vida humana, portanto, é obrigação do Estado preparar os seus jovens para enfrentá-lo. Não se pode oferecer em um ensino médio que não tenha essa dimensão. Infelizmente os nossos governantes não priorizaram essa modalidade, a LDB, apesar de representar um avanço, não revolucionou a forma de pensar e nem significou novos investimentos e a nossa sociedade desarticulada não percebeu a gravidade da situação. O resultado do ENEM demonstra que aluno do ensino médio não possui as competências necessárias, dentre elas, o domínio da Língua Portuguesa. Não desenvolve habilidades, como a de interpretar, como prosseguir?
O profissional não e separa do indivíduo, e se ele é incapaz de fazer leituras, de se expressar, como ampliar plenamente a liderança, a organização, a iniciativa?A LDB aprovada em 1996 e “alterada” em 2004, que alguns críticos denominam de reforma da reforma, parece ser o caminho. O problema é conjuntural e deve ser resolvido em todos os seus níveis. Ressalta-se que o desenvolvimento da cidadania não pode está dissociado da formação profissional e vice-versa. Portanto, ao jovem se deve possibilitar a apreensão dos fundamentos cientiífico-tecnológicos e dos processos produtivos.
Nos últimos anos acompanhamos várias transformações, rever as abstrações propostas pelo texto da avaliação é possibilitar a alteração de nossa visão sobre conceitos arraigados, que permearam a nossa educação, em relação à cultura, ciência e trabalho, Ana Canen (2000) nos leva a uma nova visão sobre esses temas: “Vivemos em um mundo globalizado, mas altamente diversificado culturalmente. Este é o desafio do novo milênio. Temos assistido a avanços tecnológicos que trazem culturas plurais e eventos mundiais para o interior de nossos lares. Ao mesmo tempo, apesar deles, temos também assistido a fenômenos de desvalorização do outro...” o progresso tecnológico exige uma nova postura educacional e a formulação de novas considerações sobre ciência e trabalho. A globalização não diz respeito apenas à economia, ela modificou a forma de interagirmos. Outra conseqüência é a pluralidade cultural, estamos conectados ao mundo, são muitas informações, os conceitos citados, serviram para demonstrar o desprezo das classes dominantes. Hoje não dá mais, o Brasil busca um lugar no mundo desenvolvido e só a mudança de paradigmas e o investimento efetivo na educação é que possibilitaram esse objetivo.
Sou professor do Ensino Fundamental, trabalho com a sétima série, tenho a preocupação com o envolvimento de competências e habilidades da minha área. Por cinco anos fui diretor do antigo CG, CED01, atual CEM 01 do Gama, trabalhávamos com 148 professores e tínhamos em média 3.600 alunos matriculados na educação profissional, Lei 5692/71, presenciei todas as discussões sobre as perspectivas para essa modalidade e também as discussões sobre a implantação da nova LDB, mas por determinação da Secretaria de Educação, a escola deixou de ofertar à sua comunidade a educação profissional, tornando-se uma instituição de ensino médio. Hoje procura sua identidade, 46 anos de uma prática pedagógica foram ignorados e até hoje, apesar dos excelentes profissionais .
As minhas experiências possibilitam a crença na pedagogia de projetos. Desenvolvo atividades baseadas na arte, tecnologia, criatividade e interatividade buscando o caminho para a construção de uma educação de qualidade e mais humana, acredito que esta seja a minha missão.

Um comentário:

carlos fernandes disse...

texto sem correção. O rascunho.( sem óculos)